sexta-feira, 16 de março de 2007

Os primeiros dias na Inglaterra

(Salisbury, 14/03/2007 – 22h00) O vôo chegou a Londres com duas horas de atraso. Isso me preocupava por um único motivo: não queria dirigir a noite! Achava que poderia ter dificuldades com o carro na mão inglesa. Além disso, como não tinha nenhuma familiaridade com as estradas da Inglaterra, o risco de me perder não era tão pequeno.

Desci do avião as 15h30 (horário local), e teria 3 horas aproximadamente para:
1. Passar pela imigração,
2. Pegar a mala,
3. Sacar dinheiro (só consegui no terceiro caixa eletrônico),
4. Encontrar a locadora (pois é, a locadora ficava na saída ao lado do desembarque, só que o sistema estava fora do ar, tinha que pegar um ônibus até o outro terminal.....),
5. Confirmar que o voucher da Auto Europe era realmente válido (mencionei no planejamento que não tinha nenhuma referência dela). E ainda ganhei um upgrade, pois o Ka que eu havia reservado não estava disponível,
6. Adaptar-me aos comandos invertidos do carro (acionar o câmbio com a mão esquerda, por exemplo),
7. Conduzir o carro por 100 km em direção ao sudoeste da Inglaterra (ok, disso eu não posso reclamar: a sinalização é perfeita, não há pedágios e você se acostuma rapidamente a seguir na mão inglesa), e finalmente,
8. Encontrar o albergue da juventude na cidade de Salisbury.

Deu tudo certo: às 18h30 eu cheguei ao albergue. Fiz a barba, tomei banho quase 24 horas depois do último e comi uma lasanha no centro da cidade. Amanhã começo a fotografar!

(Salisbury, 15/03/2007 – 21h40) Não dormi muito bem, acho que foi o efeito da mudança de fuso horário. Pela manhã caminhei pelo centro da cidade. Fazia bastante frio, cerca de 10º C. Mesmo com o sol, usava luvas e duas blusas. A cidade é bem agradável, com pouco movimento e a principal atração é a catedral, construída entre 1220 e 1258. As pessoas são muito receptivas. Uma senhora me viu fotografando e falou um pouco da cidade, sem que eu nada perguntasse.
À tarde dirigi cerca de 50 km até a cidade de Winchester, onde a grande atração também é uma catedral, construída entre 1070 e 1093. Novamente, um senhor me abordou, perguntou se eu conhecia a cidade, e indicou espontaneamente onde ficavam as ruínas romanas.

No final da tarde voltei para Salisbury com dois objetivos: encontrar um ponto de acesso wireless para o notebook e conseguir um lugar para dormir no final de semana, pois o albergue estava lotado. A relação de pontos de acesso informada pelo
www.boingo.com foi uma frustração. Somente na Starbucks consegui o acesso, porém o café fecha às 19h. Por outro lado, por indicação do Lonely Planet fui até a Griffin Cottage, um agradável bed & breakfast no centro da cidade. Não havia vagas, porém a gentil proprietária perguntou quanto eu estava disposto a pagar pelo final de semana, ligou para outras pousadas e fez a reserva em meu nome. Quanta hospitalidade!

Novamente o jantar foi na Prezzo, uma ótima cantina italiana.

(São Paulo, 13/03/2007 – 20h00) Antes de embarcar aproveito para incluir algumas informações que faltaram nas postagens anteriores, e principalmente para me redimir com as pessoas que me ajudaram.

Quando eu falei do roteiro esqueci-me de mencionar a Pricila e a sua fantástica viagem pela Austrália, Nova Zelândia e sudoeste asiático. Ela tinha 19 anos, não sabia inglês e teve que trabalhar no exterior para viajar durante dois anos. Ela tem verdadeiras histórias de aventura, e espero que algum dia ela escreva sobre isto.

Na postagem sobre planejamento cometi uma falha grave ao deixar de mencionar a Juliana, minha irmã, e os seus produtos do Citibank. O grande diferencial neste caso é o fato de que o banco possui agências em diversos países, e isso pode funcionar como contingência em determinadas situações, como por exemplo, na perda do cartão de débito. Segundo ela, basta mencionar que sou seu irmão e tudo acontece...

Também no planejamento esqueci-me de mencionar a Ryanair (
www.ryanair.com), que conheci por meio da Patrícia, amiga desde os tempos da Cultura Inglesa. Esta companhia aérea opera na Europa e faz promoções absurdas pelo site, como por exemplo, uma passagem Londres – Porto por apenas R$ 40,00, incluindo a taxa de embarque. Se tudo der certo passo um final de semana em Gotemburgo, em Madri ou em Casablanca (não é Europa, mas tem vôo para lá).

Um comentário:

Unknown disse...

Edu, meu caro, nem te conheço mas cá estou comentando seu blog! Estou no Japão, há 1,5 ano, em busca de mim mesmo...se não me encontrei ainda, creio que estou muito mais próximo agora. O que posso te falar, por experiência própria, é que por mais planejada que nossa viagem possa estar, sempre, mas SEMPRE haverá um empecilho, um desvio...pode ser bom ou ruim, mas certamente acontecerá. E por isso que estas vagens são fascinantes....pelo jogo de cintura que desenvolvemos, pela cara-de-pau que botamos pra fora quase sem querer, por necessidade extrema. Vá em frente, sem medo...cara-de-pau mesmo! Vivemos um mundo totalmente novo a cada dia, aproveite! Quando voltar, verá que quase nada mudou, as pessoas e suas atividades continuam as mesmas, o frentista do seu posto estará reclamando doas mesmos problemas...mas você não....você viveu, você vive...somos diferentes e audaciosos num mundo tão chato! parabéns e boa sorte!