segunda-feira, 2 de julho de 2007

Quem falou que tem canguru na Austrália?

(Johannesburg, 02/07/2007 – 21h10) Como o tempo passa rápido! Hoje completo 59% da viagem. Agora falta pouco mais de 2 meses para voltar ao Brasil. Parece que cheguei na Oceania ontem... E hoje já estou de partida! Mas a minha sensação de que o tempo passa rápido não é constante. Confesso que ao chegar em Sydney me senti um pouco angustiado. Certa tristeza tomou conta de mim, uma vontade grande de não sair da cama...
Porém, o movimento num AJ não permite que você fique na cama por muito tempo. Sem muita inspiração comecei a caminhar por Sydney. A minha primeira atividade foi burocrática. Como o meu passaporte está com poucas páginas vazias, fui ao consulado brasileiro em busca de uma solução. A resposta que obtive é que nestes casos a única saída é a renovação, que demora 10 dias úteis. Como não dispunha deste tempo em Sydney, não consegui resolver este potencial problema. O jeito agora é torcer para que os vistos na África não ocupem tanto espaço quanto na Ásia. Como contingência, tenho os consulados em Atenas e Roma.

Por outro lado, o consulado é bem localizado em Sydney, num espaço bastante agradável. Naturalmente o som ambiente era de músicas brasileiras. Tocava um samba do Paulinho da Viola... E ai bateu a tristeza novamente. Saudades de casa, da família, dos amigos, das minhas coisas no Brasil. Voltei para a rua e segui na direção do Opera Hall e da Harbour Bridge, os dois principais símbolos urbanos da cidade. O tempo nublado contribuiu para o meu desânimo.

Fui ao cinema e assisti Shrek 3. Com a energia ainda em baixa voltei para o AJ. Aliás, o Base Backpackers em Sydney é um dos melhores alojamentos coletivos que conheci até agora. Tem uma ótima infra-estrutura e ele fica localizado no centro, numa confortável distância dos principais pontos turísticos e da agitada vida noturna da cidade. Aproveitei para responder aos e-mails, sem explicitar os meus sentimentos, e dormir cedo.

Felizmente as minhas fases de tristeza nunca duram muito tempo, e esta vez não foi exceção. Eu acredito que há forças atuantes para que as coisas dêem certas. E neste caso tenho dois exemplos. O primeiro foram as mensagens que recebi de amigos, que perceberam imediatamente o meu estado de espírito mesmo sem uma afirmação direta. O segundo é que terei companhia em alguns dos próximos trechos da viagem. Pelo menos não poderei reclamar de solidão!

Mais animado tomei o ônibus até Bondi beach, uma das praias badaladas da cidade. Sydney é privilegiada, foi construída nas margens de uma bela baia, possui projetos arquitetônicos arrojados, tem ótima infra-estrutura urbana e um elevado nível sócio-econômico. É o reflexo de um país bem administrado por diversas gerações. Fui ao dentista para tratar de uma obturação quebrada. Consultório moderno, tratamento rápido e eficiente. Mérito também para o plano de saúde Intercare, que indicou o consultório, tratou de toda a parte burocrática e do pagamento.

No dia seguinte encontrei com a Renata, com quem trabalhei por 7 anos. Ela viajou pela Austrália durante 3 semanas e me encontrou em Sydney. Você já deve ter passado pela situação de reencontrar um bom amigo depois de muito tempo. Gastamos os primeiros momentos numa profusão de assuntos diversos. Eu curioso sobre as os amigos em comum e a viagem dela pela Austrália, ela sobre o andamento da minha viagem. Renata, obrigado por me proporcionar momentos tão agradáveis! Neste ritmo frenético ainda conseguimos comer e decidir o nosso roteiro comum. Foi gratificante relembrar das pessoas que trabalharam comigo na Visanet. Sei que alguns acompanham o blog, e tenho certeza que os encontrarei no futuro!

O céu azul complementou este momento agradável. Fizemos algumas fotos do Opera Hall e tomamos o barco até Manly beach, outra praia famosa e coalhada de surfistas. O vento frio começou a incomodar, e retornamos para o centro a tempo de assistir a um belo por do sol. À noite surgem ótimas oportunidades para fotografar a skyline de Sydney, assim como a lua cheia (foi a quarta da viagem: Londres, Katmandu, Hanói e Sydney).

Com a energia renovada saio sozinho para conhecer a balada nas proximidades do AJ. Há bastante movimento na rua e basta andar um ou dois quarteirões para encontrar diversas opções. Na maior parte dos lugares a entrada é grátis. Alguns bares têm pista de dança e outros têm música ao vivo. O lugar que mais gostei tocava hip-hop e era freqüentado principalmente por orientais. Na noite seguinte a Renata me acompanhou, e depois de um jantar coreano fomos a um bar com uma ótima banda de rock.

No sábado descemos novamente para a região do Opera Hall. Desta vez fizemos o caminho pelo Botanic Garden até o mercado que acontece todo final de semana no bairro The Rocks. O mercado é arrumado e tem objetos interessantes, mas depois de ver tantas coisas exóticas na Ásia o meu grau de exigência ficou mais elevado... Ou eu fiquei mais chato...

O meu último dia em Sydney foi dedicado a visitar o zoológico. Sim, o zoológico... Mas o meu objetivo não era fotografar elefantes ou leões, mas sim encontrar um canguru e um coala (ou uma coala?) para não decepcionar os meus sobrinhos. De qualquer forma o passeio no zôo valeu a pena. Ele é bem estruturado e tem muitos animais que não conhecemos no Brasil. Para chegar ao zôo é necessário atravessar a baia de barco, e como sempre o visual compensa o deslocamento.

A minha estada na Austrália foi curta e focada em Sydney. Esta escolha foi proposital, primeiro por que era a escala do meu vôo e segundo por que eu gastaria muito tempo em uma exploração mais completa. Pelo que pude observar e pelo relato da Renata, são necessárias pelo menos 3 semanas para se conhecer as principais atrações além de Sydney, como por exemplo Ayers Rock, a Grande Barreira de Corais, Cairns, Fraser e Brisbane. As minhas fotos em Sydney estão em www.flickr.com/photos/eduardofeijo/collections/72157600513596429/

A etapa na Oceania durou 17 dias, em 2 paises. Algumas conclusões desta etapa:
1. O custo para hospedagem e alimentação é razoável para os brasileiros. Uma média diária de US$ 40,00 é possível desde que o alojamento seja em AJ e as refeições sejam em restaurantes simples. Os AJs que conheci são organizados, limpos e com ótima localização. A água mineral é caríssima, no mínimo US$ 2,00 por garrafa de 600ml. Diz a Renata que não há problemas em se tomar a água da torneira. Eu não tomei...;

2. Há diversas opções de passeios gratuitos para quem gosta de caminhar. Os esportes de aventura são caros. Alugar um carro na Nova Zelândia é uma ótima opção caso o seu interesse seja por paisagens. De uma forma geral as entradas em museus, mirantes e outras atrações custam entre US$ 10 e US$ 30. Um bom musical custa mais de US$ 50. O Opera Hall... nem perguntei...;

3. O visto de entrada para a Austrália deve ser obtido antes da viagem, e para a Nova Zelândia na chegada ao aeroporto. É quase certo que os brasileiros terão a bagagem revistada na Nova Zelândia. A principal preocupação deles são drogas;

4. É difícil fazer contato direto com pessoas nascidas na Nova Zelândia ou na Austrália. Em geral quem atende o turista são estrangeiros. Fora da Oceania conheci diversos australianos, sempre muito animados Se você prefere falar português não terá a menor dificuldade em consegui-lo;

5. É muito fácil viajar por conta própria;

6. Gostei muito da Nova Zelândia, e como já havia mencionado, está no topo da minha lista de paises que merecem uma segunda visita. Como não é todo dia que se vem para a Oceania, o ideal seria fazer 3 semanas em cada país. Isso sem contar as ilhas da Polinésia...


Hoje estou bastante cansado pois o vôo durou 14 horas. Como recuperei 8 horas de fuso horário, a minha segunda-feira será 33% mais longa do que uma normal. Já estou em Johannesburg, e amanhã sigo em direção ao Krugger Park para o primeiro safári. Nesta etapa da viagem terei a companhia da Pricila Piatetzky, que neste momento deve estar no vôo a caminho daqui.

2 comentários:

daniqueija disse...

Eduuuuuuuuu!
Pra variar, tô mega atrasada nos textos, então só me resta dizer: as fotos estão magníficas. Quero ser vc quando eu crescer, tá? rs.

Saudadeeeee. Volta logo pra contar tudo ao vivo, vai...
Bjokas

Kinha disse...

Olá Eduardo!
Sou Catarina! Dei uma vista de olhos pelo teu blog e fiquei muito interessada, grande viagem e grande viajante que és. As tuas descruções dão vontade de pôr uma mochila às costas e fazer uma viagem deste tipo eheh! Gostava de te fazer um proposta em nome de minube.pt. Se puderes entrar em contacto comigo, agradecia: catarina@minube.com Fico à espera. Até já!!
Catarina Pedreira