quarta-feira, 11 de julho de 2007

Um safári na África!

(Johannesburg, 10/07/2007 – 23h00) Cheguei na África com muitas expectativas. Embora já tenha estado no Egito, é aqui no sul do continente que eu tenho a oportunidade de conhecer um pouco da África negra. Esta sim, a região mais misteriosa na minha imaginação.

A primeira escala é em Johannesburg, principal cidade da África do Sul.Logo no aeroporto sinto frio e descubro que a África do Sul não corresponde à minha expectativa de altas temperaturas. Na televisão vejo que as temperaturas nas regiões que visitei variam entre 0° C à noite e 25° C durante o dia. Como Johannesburg é considerada uma cidade perigosa (para quem vive em São Paulo é fácil entender do que estou falando) eu escolhi um hotel nas proximidades do aeroporto e longe do centro da cidade. O país vive um momento de transição após o final do regime de segregação racial no início dos anos 90. Há sinais de riqueza e desenvolvimento, comparáveis aos de paises desenvolvidos. Ao mesmo tempo há muita pobreza e alta criminalidade.

Na manhã seguinte encontro a Pricila no aeroporto e retiro o carro alugado que será o nosso meio de transporte nos dias seguintes. Pelo site havia escolhido um Golf, com um preço bem razoável, imaginando o carro que nós estamos acostumados a ver no Brasil. No entanto eles têm um modelo chamado Golf Chico, bastante rústico e todo quadrado, que parece aqueles carros russos fabricados pela Lada. Embora tenha sido motivo de diversas situações engraçadas (como a minha freqüente confusão entre a primeira e a ré), ele nos serviu bem por mais de 2.000 km.

O primeiro destino foi o Kruger Park. Este é considerado um dos melhores lugares para se fazer safári na África, pela diversidade de animais e facilidade de acesso. Com o carro é possível percorrer as inúmeras estradas atravessam o parque. Algumas regras devem ser observadas. A principal é que, exceto nas áreas cercadas onde ficam os alojamentos e os restaurantes, não é permitido descer do carro. Eles só não explicam o que fazer caso um pneu tenha que ser trocado...

O parque é gigantesco e em quatro dias foi possível conhecer somente a parte sul, que deve corresponder a 20% da área total. A nossa rotina era acordar 5h30 e rodar o dia inteiro pelo parque a procura dos animais. O inverno é considerado a época ideal para o safári. A falta de chuvas torna a vegetação menos densa e os animais tendem a se concentrar ao redor dos poucos rios que não secam. Mesmo com estes fatores a favor, o sucesso de um safári depende de muita atenção, paciência e sorte. Em poucos minutos você pode encontrar um elefante e em seguida um leopardo, ou então rodar por mais de duas horas sem encontrar nenhum animal interessante.


O primeiro dia foi de chuva. Acho que alguns bichos não gostam muito de ficar molhados pois nem vimos animais comuns como zebras e girafas. Mesmo assim foi bem divertido e o dia passou rapidamente. O segundo dia foi com tempo nublado e temperatura amena. Foi o melhor dia, e com pouco esforço foi possível encontrar os principais animais do parque. A savana que fica no sudeste do parque se mostrou a melhor região. O terceiro dia foi de céu azul e muito calor. Repetimos parte do caminho do dia anterior mas não tivemos a mesma sorte. Provavelmente o calor faz com que os animais diminuam a sua atividade. Mas certamente a nossa atenção não foi a mesma dos primeiros safáris. Fizemos um safári curto no quarto dia, com altas temperaturas e poucos animais.

Uma das historias curiosas aconteceu com este elefante da foto. Logo no inicio do segundo dia a Pricila o viu ao lado da estrada. Parei o carro e ficamos observando de longe. Ele não se movia. A Pricila sugeriu que eu desligasse o carro para não fazer barulho. Deixei o carro descer desligado até que ficamos a cerca de 10 metros dele. De repente ele balança as orelhas numa expressão pouco amistosa, e caminha em nossa direção. A Pricila se agita no carro e eu perco alguns segundos para ligar o carro e engatar a primeira. Afastamos-nos e um outro carro aparece na estrada. O elefante não para de agitar as orelhas, arrasta o pé como um touro enfurecido e decide andar em direção ao outro veículo. Assustado o motorista foge de ré. Momentos depois o elefante entra na mata e desaparece.

Decidimos fazer um safári noturno no terceiro dia. Para isto é necessário contratar o passeio, que é realizado em um jipe adaptado com grades e conduzido por um guia local. O passeio sairia às 17h00 do Malelane Gate, que fica a 150 metros do nosso hotel. Calculei o tempo necessário para voltar ao gate e com certa margem iniciamos o caminho de volta. Porém no caminho vimos uma aglomeração de carros e paramos para observar 2 leopardos numa árvore. Perdemos muito tempo e tive que acelerar para não perder o safári noturno. Com pressa, passamos indiferentes por elefantes e rinocerontes.

Não sei direito como aconteceu, mas sei que errei o caminho por mais de 100 km... Fiquei chateado, pois era a nossa última oportunidade para fazer o noturno. E sair do parque depois das 17h30 significava pagar uma multa, inevitável naquele momento. Porém o lado prático da Pricila entrou em ação, e ela sugeriu que tentássemos fazer o safári a partir do Numbi Gate. Chegamos em cima da hora e conseguimos os 2 últimos lugares. O resultado foi incrível! Iluminando a mata com holofotes encontramos vários leopardos e leões. Estes animais são mais ativos à noite e não têm medo da aproximação do jipe. Foi emocionante fotografar estes felinos desta forma!

Em minha opinião a zebra é um dos animais mais bonitos que encontrei. Vimos também hipopótamos, macacos, gnus, búfalos, veados, javalis, jacarés e morcegos, entre outros. Partimos em direção ao Blyde River Cânion. No entanto, a poucos quilômetros do Kruger Gate, nossa porta de saída, nós encontramos outro elefante com o já famoso abanar de orelhas. Ele também usava a tromba para aspirar terra e assoprá-la sobre o corpo. Recuamos e esperamos que ele entrasse na mata. Nada feito, ele continuou em nossa direção. Resignados, fizemos meia volta e saímos por outro caminho...

Acho que 4 dias de safári são suficientes para uma boa diversão. Hospedar-se dentro do parque facilita o deslocamento, embora no verão seja difícil encontrar vaga nos alojamentos. Um hotel como o nosso, nas proximidades de um portão de entrada, tem como único inconveniente o pagamento da entrada diária de US$ 16. Alugar um carro é mais barato e flexível, embora contratar um safári tenha como vantagem a presença de um guia que conhece os hábitos dos animais. Nada impede que você siga os jipes com o seu carro. A Pricila e seu olhar atento foram fundamentais. Seria muito difícil fazer o safári sozinho num carro. Espero ter a oportunidade de fazer outros safáris no futuro!

O Blyde River Cânion tem formações rochosas que lembram a Chapada Diamantina no Brasil. Fizemos a nossa base em Sabie, uma pequena cidade convenientemente situada a uma hora do Kruger. Nesta cidade é possível observar o contraste entre os brancos, que possuem pousadas e restaurantes, e os negros, que atendem os clientes e fazem os trabalhos braçais. Não se percebe a presença de morenos como temos no Brasil. No estacionamento do supermercado há flanelinhas que tomam conta dos carros. Os brancos andam de carro, e os negros, na sua maioria, andam a pé. O movimento após o anoitecer é mínimo, e os restaurantes fecham às 21h. De uma forma geral eu comi muito bem na África do Sul. Depois de meses comi um bife, que é barato e tem um sabor diferente do brasileiro. Os vinhos e a cerveja Castle são muito bons.

É possível conhecer o cânion de carro num único dia. Mas certamente seria mais agradável fazer as trilhas a pé desde que houvesse tempo disponível. Há belas cachoeiras nos arredores da Sabie, e visitamos umas 5 ou 6. Conhecemos alguns sul-africanos que estão curtindo as férias escolares. Encontramos poucos estrangeiros. Hoje retornamos para Johannesburg, um trajeto de 5,5 horas.

Amanhã é dia de viagem. Tomamos o vôo até Victoria Falls, no Zimbábue, e em seguida atravessamos a fronteira da Zâmbia para nos hospedar em Livinstone.

9 comentários:

Unknown disse...

Edu,
As pessoas que acompanham o blog podem até não concordar, mas acho que essa aventura do safari foi uma das melhores que li até agora... Todas as passagens foram demais, parecendo até que eu estava aí contigo, mas não pude resistir às risadas e ao medo, simultâneos, ao ler sobre o elefante... Foi hilário!!! Não gostaria de estar no seu lugar nem no da Pricila...rss
Bjs e até a próxima edição do blog!! Mande bjs para sua amiga também...
Lu

Unknown disse...

oi edu, vc nao me conhece mas sou amiga da pri. adorei suas historias... vou acompanhar suas aventuras daqui pra frente. beijo aos dois e continuem aproveitando muito!

ComprasMiami disse...

Edu,

Nao sei se lembra de mim, sou a Renata Lemos, que trabalhou com voce na Visanet e agora mora nos Estados Unidos. Troquei e-mails com a Luciana, e ela me contou da sua aventura. Achei o maximo e vou acompanhar a partir de agora. Suas fotos sao lindas!!!!

Anônimo disse...

Bárbaro Edu, bárbaro!!! Linda aventura!!!
Beijos

Anônimo disse...

Cada dia que passa da vontade de cair no mundo lendo os relatos
boa viagem e continue nos mostrando os contrastes da Africa!
Boa viagem
Tomás Federicci

Unknown disse...

Oi Pri, finalmente vc acabou indo! q máximo!!! aproveite!!! Eduardo sou amiga da Pri, e achei tudo muito lindo, dá até vontade de pegar o primeiro avião e ir me encontrar com vcs!! Paisagens maravilhosas!! Parabéns,
Beijos
Nadia

Anônimo disse...

Edu,
Eu e meu namorado estamos indo daqui 19 dias para a Africa do Sul pela CVC. O pacote inclui apenas 1 dia de safari no Kruger Park e, na verdade, gostaríamos de fazer mais, principalmente um safari noturno.
Gostaria de obter dicas sobre algumas coisas. Aluguel de carro, hospedagem no parque, agencia ou guia de turismo q faça safari noturno e se vc sabe os valores dessas coisas.
Obrigada, Cris.

Anônimo disse...

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