(Istambul, 23/07/2007 – 23h30) O principal motivo para incluir a Namíbia no meu roteiro foram as dunas. Gigantes, avermelhadas, sinuosas. Com até 220 metros de altura elas são um desafio para quem deseja escalá-las. Os pés afundam na areia, o ritmo da subida é lento. Como numa estrada sinuosa na qual você espera que a próxima curva seja a última, por diversas vezes achei que estava perto do topo. Mais alguns passos e... A subida continua...
O parque nacional que abriga as dunas, no deserto da Namíbia, fica a cerca de 5 horas de Windhoek, a capital do país. Contratamos um roteiro com 2 noites em acampamento, que incluiu transporte, barracas, guias e refeições por cerca de US$ 300. Como há poucas e caras hospedagens nas proximidades do parque, o acampamento foi a única opção viável.
A paisagem é maravilhosa! Os melhores passeios são ao amanhecer e ao anoitecer. Eu gostaria muito de ter feito o passeio de balão, mas o preço era proibitivo. Integramos um grupo super agradável com um casal de japoneses, um holandês e dois irmãos americanos. Curiosamente todos moram e trabalham em paises africanos, exceto um dos japoneses.
Ao contrário do que havia feito em toda a viagem, na Namíbia eu cometi um erro de planejamento que custou 3 dias de pouca atividade em Windhoek. A falha foi deixar a definição do roteiro para a última hora, na alta temporada, num país de poucos operadores turísticos e com hospedagem escassa. Um roteiro customizado para as nossas necessidades de datas, destinos e hospedagem custaria cerca de US$ 1.000, inviável para o meu orçamento.
Por outro lado permanecer em Windhoek permitiu duas experiências inéditas nesta viagem: passear em uma cidade africana e fazer um safári a pé. Windhoek é uma cidade com 250 mil habitantes de maioria negra. A arquitetura foi influenciada pelos alemães durante a época de colonização. A cidade é limpa, com avenidas largas. O movimento é grande durante o dia. Porém, depois das 18h, quando anoitece, poucas pessoas são vistas na rua.
Fizemos o safári a pé no Daan Viljoen Park. Por não haver predadores no parque, não é necessário andar de carro ou com guias. A trilha segue o curso seco de um rio. Como é bom caminhar à vontade! De repente um susto. Um grupo de gnus atravessa o rio a poucos metros de distância. Por alguns minutos não saímos do lugar. Os gnus atravessam novamente a trilha. Com cautela seguimos o nosso caminho. Encontramos também zebras, kudus, babuínos, javalis, veados e muitos pássaros.
Para quem gosta de estatística: hoje completo 132 dias de viagem, que correspondem a 70% do roteiro planejado. Passei por 44 cidades em 18 paises. Se considerar as viagens em avião, trem e ônibus eu rodei até agora 80,3 mil km, que correspondem a 2 vezes a circunferência da Terra na linha do Equador. Atrasei ou adiantei o relógio 34,5 horas. Selecionei 2.795 fotos entre mais de 10 mil cliques. O maior número de acessos ao blog em um único dia foi 350. O menor foi 13. A média diária é de 60 visitas. São Paulo e Lisboa são as cidades com acessos mais freqüentes. Tampa nos EUA aparece em quinto lugar. Já dormi em 67 camas diferentes. Até agora foram 4 pneus furados, sendo 3 deles na África. Ah, também houve um táxi quebrado em Windhoek...
A etapa na África durou 28 dias (inclui Egito e o sul da África), em 6 paises. Algumas conclusões desta etapa:
1. O custo para hospedagem foi maior do que na Ásia, com média diária individual de US$ 40. Nas proximidades do Kruger as diárias foram superiores a US$ 60. Acampar por conta própria pode ser uma boa alternativa, embora seja necessário reservar com muita antecedência na alta temporada;
2. O café da manha é bem servido nas pousadas, o que permite economizar uma refeição. O custo médio de um jantar bem servido foi de US$ 10;
3. Exceto no Egito, as entradas são relativamente caras, como US$ 10 em Victoria Falls e US$ 16 no Kruger. Os custos de transporte na Zâmbia, no Zimbábue e em Botswana são elevados (de US$ 35 a US$ 55 para percursos de 1 hora e que atravessam a fronteira). Contratar um tour organizado é muito caro (exemplos; US$ 400 pelo vôo de balão na Namíbia, US$ 100 para visitar Johannesburg à noite). O aluguel de carro na África do Sul é uma opção relativamente econômica para o safári (US$ 300 por 8 dias);
4. As passagens aéreas regionais são caras (cerca de US$ 400 para trechos de ida e volta entre os paises do sul da África);
5. O visto de entrada para os paises que visitei são obtidos no próprio aeroporto;
6. Os africanos do sul são alegres e gostam de conversar. Os egípcios, são simpáticos, mas sempre com a intenção de vender alguma coisa;
7. É fácil viajar por conta própria. O inglês é ensinado para todos nos paises que visitei no sul da África. No Egito encontrei alguns taxistas que não falam inglês. Nestas horas é fundamental ter o endereço de destino anotado no idioma deles;
8. Tão rica em cultura, o sul da África me decepcionou por não oferecer nenhum espetáculo de musica ou dança nos lugares que visitei;
9. O maior problema para quem visita o sul da África é a falta de segurança. Exceto nos parques (Kruger, Chobi e Namib), onde a hospedagem é longe das cidades, em todos os outros lugares a orientação que recebi foi a de evitar andar pelas ruas à noite. Nesta época do ano anoitece cedo, antes das 18h, e depois disso as ruas ficam desertas e as lojas fecham. Tive um tênis roubado na pousada em Sabie, e que foi prontamente reembolsado pelo proprietário. No Egito a historia foi diferente, e eu andei tranquilamente à noite em ruas movimentadas;
10. Eu voltaria à África para conhecer Marrocos, Moçambique, Madagascar e Cape Town, na África do Sul. E também faria outro safári com o maior prazer.
Veja as fotos na África em
O parque nacional que abriga as dunas, no deserto da Namíbia, fica a cerca de 5 horas de Windhoek, a capital do país. Contratamos um roteiro com 2 noites em acampamento, que incluiu transporte, barracas, guias e refeições por cerca de US$ 300. Como há poucas e caras hospedagens nas proximidades do parque, o acampamento foi a única opção viável.
A paisagem é maravilhosa! Os melhores passeios são ao amanhecer e ao anoitecer. Eu gostaria muito de ter feito o passeio de balão, mas o preço era proibitivo. Integramos um grupo super agradável com um casal de japoneses, um holandês e dois irmãos americanos. Curiosamente todos moram e trabalham em paises africanos, exceto um dos japoneses.
Ao contrário do que havia feito em toda a viagem, na Namíbia eu cometi um erro de planejamento que custou 3 dias de pouca atividade em Windhoek. A falha foi deixar a definição do roteiro para a última hora, na alta temporada, num país de poucos operadores turísticos e com hospedagem escassa. Um roteiro customizado para as nossas necessidades de datas, destinos e hospedagem custaria cerca de US$ 1.000, inviável para o meu orçamento.
Por outro lado permanecer em Windhoek permitiu duas experiências inéditas nesta viagem: passear em uma cidade africana e fazer um safári a pé. Windhoek é uma cidade com 250 mil habitantes de maioria negra. A arquitetura foi influenciada pelos alemães durante a época de colonização. A cidade é limpa, com avenidas largas. O movimento é grande durante o dia. Porém, depois das 18h, quando anoitece, poucas pessoas são vistas na rua.
Fizemos o safári a pé no Daan Viljoen Park. Por não haver predadores no parque, não é necessário andar de carro ou com guias. A trilha segue o curso seco de um rio. Como é bom caminhar à vontade! De repente um susto. Um grupo de gnus atravessa o rio a poucos metros de distância. Por alguns minutos não saímos do lugar. Os gnus atravessam novamente a trilha. Com cautela seguimos o nosso caminho. Encontramos também zebras, kudus, babuínos, javalis, veados e muitos pássaros.
Para quem gosta de estatística: hoje completo 132 dias de viagem, que correspondem a 70% do roteiro planejado. Passei por 44 cidades em 18 paises. Se considerar as viagens em avião, trem e ônibus eu rodei até agora 80,3 mil km, que correspondem a 2 vezes a circunferência da Terra na linha do Equador. Atrasei ou adiantei o relógio 34,5 horas. Selecionei 2.795 fotos entre mais de 10 mil cliques. O maior número de acessos ao blog em um único dia foi 350. O menor foi 13. A média diária é de 60 visitas. São Paulo e Lisboa são as cidades com acessos mais freqüentes. Tampa nos EUA aparece em quinto lugar. Já dormi em 67 camas diferentes. Até agora foram 4 pneus furados, sendo 3 deles na África. Ah, também houve um táxi quebrado em Windhoek...
A etapa na África durou 28 dias (inclui Egito e o sul da África), em 6 paises. Algumas conclusões desta etapa:
1. O custo para hospedagem foi maior do que na Ásia, com média diária individual de US$ 40. Nas proximidades do Kruger as diárias foram superiores a US$ 60. Acampar por conta própria pode ser uma boa alternativa, embora seja necessário reservar com muita antecedência na alta temporada;
2. O café da manha é bem servido nas pousadas, o que permite economizar uma refeição. O custo médio de um jantar bem servido foi de US$ 10;
3. Exceto no Egito, as entradas são relativamente caras, como US$ 10 em Victoria Falls e US$ 16 no Kruger. Os custos de transporte na Zâmbia, no Zimbábue e em Botswana são elevados (de US$ 35 a US$ 55 para percursos de 1 hora e que atravessam a fronteira). Contratar um tour organizado é muito caro (exemplos; US$ 400 pelo vôo de balão na Namíbia, US$ 100 para visitar Johannesburg à noite). O aluguel de carro na África do Sul é uma opção relativamente econômica para o safári (US$ 300 por 8 dias);
4. As passagens aéreas regionais são caras (cerca de US$ 400 para trechos de ida e volta entre os paises do sul da África);
5. O visto de entrada para os paises que visitei são obtidos no próprio aeroporto;
6. Os africanos do sul são alegres e gostam de conversar. Os egípcios, são simpáticos, mas sempre com a intenção de vender alguma coisa;
7. É fácil viajar por conta própria. O inglês é ensinado para todos nos paises que visitei no sul da África. No Egito encontrei alguns taxistas que não falam inglês. Nestas horas é fundamental ter o endereço de destino anotado no idioma deles;
8. Tão rica em cultura, o sul da África me decepcionou por não oferecer nenhum espetáculo de musica ou dança nos lugares que visitei;
9. O maior problema para quem visita o sul da África é a falta de segurança. Exceto nos parques (Kruger, Chobi e Namib), onde a hospedagem é longe das cidades, em todos os outros lugares a orientação que recebi foi a de evitar andar pelas ruas à noite. Nesta época do ano anoitece cedo, antes das 18h, e depois disso as ruas ficam desertas e as lojas fecham. Tive um tênis roubado na pousada em Sabie, e que foi prontamente reembolsado pelo proprietário. No Egito a historia foi diferente, e eu andei tranquilamente à noite em ruas movimentadas;
10. Eu voltaria à África para conhecer Marrocos, Moçambique, Madagascar e Cape Town, na África do Sul. E também faria outro safári com o maior prazer.
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